O Dia em que Resolvi Ser Saudável (E Quase Desisti)

Uma Jornada Cômica Entre Exercícios, Comida Saudável e a Luta Contra a Preguiça

Equipe Viver em Harmonia por Cintia Ribeiro

2/10/20256 min ler

Era uma manhã qualquer quando olhei no espelho e percebi: o reflexo não era mais o mesmo. Não que eu esperasse um milagre após anos de dieta baseada em fast food e noites regadas a café e ansiedade, mas convenhamos, a gravidade estava sendo particularmente cruel. Eu, que um dia já fui mais leve, agora via meu corpo refletindo o cansaço, a falta de cuidados e, talvez, um pouco de desleixo. Não é fácil olhar no espelho e perceber que os anos de indulgência tinham deixado sua marca. Então, tomei uma decisão. Naquele momento, com uma mistura de frustração e esperança, eu decidi: seria uma nova pessoa. Saudável, disciplinada, vibrante. Spoiler: não foi bem assim.

A Primeira Segunda-Feira (Porque Toda Mudança Começa Numa Segunda)

Toda jornada de mudança começa numa segunda-feira, certo? Ou pelo menos é o que dizem os gurus do autocuidado e bem-estar. Eu, porém, não acreditava muito nisso. Já tinha tentado mudar várias vezes, mas sempre acabava caindo nos velhos hábitos. No entanto, algo dentro de mim me dizia que, dessa vez, a coisa seria diferente. Decidi que começaria pelo exercício. Afinal, saúde tem a ver com movimento, certo? No papel, parecia simples: colocar os tênis, sair para correr e... bem, ser saudável.

Munida de otimismo e um tênis esportivo comprado numa promoção cinco anos antes, eu me preparei para encarar a praça do bairro. O plano? Corro por meia hora, no mínimo. A realidade? Fui cercada por corredores experientes que pareciam não suar uma gota sequer, e por idosos que, mesmo com suas passadas mais lentas, respiravam melhor do que eu. Eu estava ali, já suada e ofegante, tentando manter um ritmo que mais parecia um trote do que uma corrida. Corri (ou melhor, trotei) por exatos três minutos antes de perceber que meu pulmão estava pedindo socorro.

Foi aí que aprendi a lição número um: exercício não é castigo, mas também não é magia. A menos que seu objetivo seja se sentir um personagem secundário de filme apocalíptico após uma perseguição, o exercício não vai te transformar instantaneamente. O progresso é lento, e a tolerância à dor, principalmente nas primeiras tentativas, precisa ser cultivada. Quando voltei para casa, minha sensação não foi de vitória, mas de uma luta desigual com a gravidade e o meu próprio corpo. O que não sabia era que isso seria só o começo de uma série de descobertas.

A Revolução no Prato (Ou a Traição do Brócolis)

Após o primeiro "suor" da jornada, decidi que o próximo passo seria atacar a alimentação. A teoria era simples: basta cortar os ultraprocessados e trocá-los por opções saudáveis, e logo estarei me sentindo incrível! O que ninguém me contou é que cortar tudo de uma vez é mais difícil do que parece. A mudança na alimentação, assim como o exercício, exige disciplina, paciência e uma grande dose de persistência.

Tentei abraçar a nova rotina com entusiasmo, trocando os lanches por frutas e as refeições rápidas por pratos coloridos e equilibrados. No papel, parecia lindo. Eu me imaginei saboreando uma refeição saudável, cheia de grãos, vegetais e proteínas magras. Mas, na prática, o cérebro de quem passou anos acostumado com o prazer imediato de um lanche cheio de sabor e gordura começa a se rebelar. O que aconteceu? Eu me apaixonei por brócolis, mas meu desejo por batatas fritas não diminuiu em um só instante.

Esse foi um momento de reflexão importante: a comida saudável precisa ser prazerosa. Não adianta seguir uma dieta baseada em restrições severas se ela não for capaz de proporcionar satisfação. A chave é aprender a fazer trocas inteligentes e balanceadas, sem sacrificar o prazer de comer. Não era mais sobre cortar tudo, mas sim sobre aprender a equilibrar, a fazer escolhas mais saudáveis sem se privar completamente dos pequenos prazeres que a vida oferece.

Foi nessa fase que percebi que, como em qualquer mudança, os pequenos passos são essenciais. Não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona. Ao longo do caminho, troquei o fast food por opções mais saudáveis, mas sem abrir mão completamente do que me fazia feliz. Um pedaço de chocolate ou um prato de massa ou até mesmo um ou dois pedaços de pizza com meu namorado gato de vez em quando, se consumido com moderação, não deveria ser considerado um crime. O segredo é o equilíbrio.

O Sono dos Justos (Ou a Batalha Contra as Telas)

A saúde, como descobri, não se resume apenas a exercício e alimentação. De nada adianta comer bem e se exercitar se você dorme como um morcego viciado em redes sociais. Eu sabia disso, claro. Sabia, mas ignorava. Durante muito tempo, minha relação com o sono foi quase negligente. Acordava com uma sensação de cansaço que nem o café parecia ser capaz de resolver. Mas foi quando comecei a perceber que minha fadiga não era um mistério, mas sim o resultado de noites passadas navegando por um vídeo curto após o outro, numa espiral de procrastinação digital, que a ficha caiu.

Eu não tinha problemas com insônia. O problema era muito mais profundo: eu tinha uma relação tóxica com a tela do meu celular. À noite, as horas passavam rapidamente enquanto eu rolava a tela, consumindo conteúdos que não eram nem um pouco restauradores. Foi aí que decidi que precisava criar um ritual noturno. Eu comecei a desacelerar. A ideia de ler um livro de papel, de tomar um chá de camomila e praticar meditação antes de dormir começou a se transformar em uma necessidade.

Agora, a jornada para ter uma noite de sono de qualidade não era mais sobre ir para a cama e esperar que o sono viesse milagrosamente. Eu criei um ambiente propício ao descanso. A tela do celular foi deixada de lado, a luz azul foi banida da minha vida noturna, e uma verdadeira revolução aconteceu quando percebi que o sono de qualidade é, na verdade, um dos maiores pilares da saúde. Era como se o meu corpo tivesse finalmente entendido o que era descansar de verdade. E, sim, o sono profundo e reparador não vem do dia para a noite, mas a cada noite em que eu investia em criar hábitos saudáveis.

O Que Ninguém Conta Sobre Ser Saudável

A grande verdade que poucos falam é que ser saudável não tem nada a ver com perfeição. Nenhuma rotina sobrevive intacta a dias ruins, preguiça ocasional e aquele convite irrecusável para um hambúrguer com os amigos. A vida é feita de altos e baixos, e a jornada para uma vida saudável também será. O segredo não está em seguir uma fórmula mágica de "dieta perfeita" ou "rotina de exercícios rigorosa", mas sim em entender que o equilíbrio é a chave.

Ser saudável é saber se cuidar, é encontrar prazer nas pequenas escolhas do dia a dia e fazer ajustes quando necessário. São esses pequenos ajustes que fazem a diferença, como beber mais água, priorizar uma boa noite de sono, ouvir o corpo e respeitar seus limites. A mudança não é sobre ser radical, mas sim sobre criar um estilo de vida sustentável que você possa manter ao longo do tempo. O que importa é a consistência, não a perfeição.

Então, se você está nessa jornada e sente que nunca será capaz de abandonar os prazeres do mundo moderno, relaxe. A mudança acontece um passo de cada vez. E você não está sozinho nesse caminho. Se cair, levante-se e continue, pois o que importa não é a perfeição, mas sim o compromisso de ser melhor do que ontem.

E você, quando vai decidir se transformar? Não precisa ser uma segunda-feira. Não precisa ser uma data especial. A transformação começa quando você decide que é hora de cuidar de si mesmo. E lembre-se: não é sobre ser perfeito, mas sobre ser a melhor versão de si mesmo, um passo de cada vez.

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